O jornalista Brian Aberback, da revista estadunidense STEPPIN’ OUT,
conduziu recentemente uma entrevista com o baixista e vocalista do
SLAYER, TOM ARAYA. Um trecho traduzido da conversa segue abaixo.
Steppin’
Out: Vocês acabaram de começar a fazer a divulgação dessa turnê e sabem
que todo mundo vai perguntar sobre [o finado guitarrista da banda] Jeff
Hanneman. Como você se sente falando sobre tudo que se passou nos
últimos seis meses?
Tom Araya: Você sabe que vai se
deparar com essas perguntas, queiramos fazer divulgação ou não. Se você
não der entrevistas, ninguém sabe que você está em turnê. Não me
incomodaria se Kerry [King] desse todas as entrevistas [risos]. Mas
quando eu dou entrevistas, eu entro nelas com a mente aberta, e tento
responder às perguntas da melhor maneira que posso.
Steppin’ Out: Você tinha alguma ideia de que Jeff estivesse tão doente antes de ele falecer?
Tom:
Ninguém jamais pensou que Jeff viria a falecer. Eu pensava nele se
recuperando e em cima do palco. Temos conversado a respeito de voltar ao
estúdio já faz dois anos, com Jeff sendo parte disso. Era algo a ser
continuado.
Steppin’ Out: Vocês chegaram a pensar em acabar com a banda depois da morte dele?
Tom:
A morte dele mudou tudo. Sabendo que ele estava no banco de reserva, eu
ficava de boa. Era sempre tipo, ‘Jeff vai voltar’. Daí ele morreu e
ficou mais tipo ‘Pra quê eu estou fazendo isso agora?’. Mudou minha
postura em relação a essas coisas. Alguém disse, ‘É muito bom saber que
vocês decidiram sair em turnê e seguir em frente’, mas essas turnês
estavam agendadas antes. E ao fim dessa turnê, Kerry e eu vamos ter que
sentar e conversar sobre seguirmos em frente, se queremos de fato seguir
em frente. Não tem havido tempo pra eu e Kerry conversarmos. Temos
estado na estrada, mas não nos sentamos a conversamos a fundo sobre
isso. Jeff e eu colaborávamos muito, e ele me ofereceu a oportunidade de
compor ou colaborar com ele. Como eu disse, há coisas que ainda temos
que discutir sobre ou seguir em frente ou simplesmente inventar algo.
Steppin’ Out: Foi muito difícil tocar os primeiros shows depois da morte de Jeff, no último verão Europeu?
Tom:
Aquilo foi foda. Excursionamos pela Europa e pela América Latina. Ficou
mais fácil, mas nas duas primeiras semanas, foi difícil. A primeira
parte do set era ótima, a empolgação e todo o barulho das plateias te
animam. E pra piorar, tínhamos o pano de fundo com o logo da Heineken e o
nome de Hanneman nas últimas duas músicas, ‘South Of Heaven’ e ‘Angel
of Death’. Isso não facilitou as coisas em nada. Fizemos duas turnês
pela Europa e uma pela América do Sul. Estou melhor agora, mas é
diferente. Mas ainda assim, eu me sentindo desse modo, eu dou mais do
que 100 por cento. O show é ótimo. [...]
Fonte:
Slayer: Tom e Kerry vão discutir se banda acaba ao fim da turnê
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